A frente da Uvebs até 2020, o presidente Roberto Andrade e Silva, o Betinho (MDB), detalhou as metas do colegiado
Eleito presidente da União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs), o vereador praiagrandense Roberto Andrade e Silva, o Betinho (MDB) é o primeiro mandatário que passará dois anos no cargo, conforme novo estatuto do colegiado aprovado em dezembro do ano passado. No cargo até 2020, o vereador elencou as principais bandeiras e destacou saúde — especialmente a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross) — como prioridade número um nas ações do órgão que congrega os 134 vereadores das nove cidades da Baixada Santista — Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente.
O que faz a Uvebs levar o sistema Cross como prioridade principal deste mandato?
Eu tenho aprendido que quando se quer priorizar tudo, não se prioriza nada. O tema principal hoje é enfrentar o problema da falta de transparência no sistema Cross, que é o que regula as vagas em UTIs e leitos nos hospitais públicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na nossa Região. O que nos aflige hoje é o fato de não termos ideia da forma como o Estado faz a distribuição das vagas dos leitos hospitalares. Sabemos da demanda dos municípios, mas não entendemos quais são os critérios de prioridades para que as vagas sejam ofertadas aos pacientes que necessitam de tratamento.
Efetivamente, como a Uvebs pretende enfrentar este problema?
Estamos primeiramente buscando informações de como o sistema funciona. Nesta primeira fase, buscamos conhecimento técnico, para então fazermos sugestões para a melhoria. Mesmo assim, de antemão, já somos favoráveis à descentralização do Cross, afinal as vagas são concentradas na Região, que compreende a Baixada e o Vale do Ribeira. Porém entre Bertioga e Registro são mais de 200 quilômetros de distância. Se considerarmos este fator, a Capital ou a região do ABC são mais próximas e ainda têm oferta maior. Por isso, as vagas precisam ser buscadas também na Capital e no ABC. Não podemos deixar um paciente cardíaco, por exemplo, esperando por uma vaga que não se sabe se vai conseguir.
Quais outras medidas que precisam ser tomadas com relação ao tema?
Para aumentar a oferta de vagas aqui dentro da Baixada mesmo, há necessidade de contratação de profissionais para os hospitais da Região, como o Hospital Guilherme Álvaro, que está com quadro defasado e a integração da Santa Casa de Santos com o Cross. Estes gargalos precisam ser detectados e solucionados para que o sistema possa funcionar em sua plenitude.
Além do sistema Cross, a Uvebs está dando andamento a uma ainda reivindicação antiga que é um assento no Condesb. Como está o andamento desta pauta?
No último dia 13 de março, protocolamos ofício durante a reunião do Condesb, solicitando ao novo presidente do colegiado, o prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício, a participação da entidade nas discussões metropolitanas. O feedback na ocasião foi positivo. O próximo passo é a realização de reunião na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, na Capital para verificar o andamento da nossa proposta.
Por que é importante a participação dos vereadores nestas discussões metropolitanas?
O vereador é o para-choques da sociedade, é o primeiro e o mais próximo contato entre a população e o poder público, sendo o catalizador das demandas da sociedade, por isso é o porta-voz do povo. É ele quem está presente no dia-a-dia da população e torna-se o mais cobrado, desde que vai tomar o café da manhã na padaria até a hora em que vai para a casa. Por isso a participação da Uvebs é fundamental, pois pode trazer voz à comunidade.
Que outros temas metropolitanos a Uvebs mantém em andamento?
Temos questões muito importantes relacionadas a mobilidade urbana, a destinação do lixo, ao turismo, como o Selo Metropolitano e o desenvolvimento econômico, com a geração de emprego e a retomada de produção em Cubatão, no Porto de Santos, com investimentos da Petrobrás e também o andamento do Complexo Andaraguá, em Praia Grande. Cada um deles é importante para a região como um todo.
Esse olhar metropolitano é uma necessidade atualmente?
Sempre foi. O cidadão da Baixada Santista é metropolitano. Ele mora em uma cidade, estuda e/ou trabalha em outra e visita amigos ou sai para se divertir em uma terceira ou quarta cidade. Por isso, o vereador precisa entender que o problema de um município pode afetar o outro. O vereador não pode mais trabalhar isolado. As situações precisam ser resolvidas de uma forma regional e as soluções precisam ser metropolitanas.
Que conquistas da Uvebs podem ser lembradas nesse sentido?
Posso citar a reabertura da Ponte Pênsil, em agosto de 2015 — fechada para reforma desde julho de 2013 e que teve o prazo para conclusão da obra adiado por seis vezes — como uma das conquistas que consideramos relevantes, pois fomos em um grande número de vereadores ao Departamento de Estradas e Rodagem (DER) do Governo do Estado, cobrar e exigir respeito ao cidadão da Baixada Santista. Em 2016, conseguimos reunião com o secretário de Segurança Pública, na época Alexandre de Moraes — atual ministro do STF — reivindicando aumento no efetivo policial da Baixada. Também tivemos atuação fundamental na concessão do aeroporto de Itanhaém e ainda evitamos a instalação de uma mais praça de pedágio no KM 294 da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, em Praia Grande.
Qual a expectativa até o final do mandato?
Assumir a presidência da Uvebs é um grande desafio pela responsabilidade de representar os 134 vereadores da Região. Tenho consciência de que o vereador é base e por isso temos a função de representar e levar adiante os anseios dos cidadãos. Como o mandato agora de dois anos, sinto-me mais esperançoso de que teremos tempo para iniciar e concluir ações. Estamos muito focados e em busca da efetividade nesta gestão. Com a união de todos e o olhar metropolitano, podemos avançar ainda mais.